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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Citações do Geógrafo Milton Santos no Livro: Metamorfoses do Espaço Habitado



"A mundialização que se vê é perversa ( Santos, 1978 ) . Concentração e centralização da economia e do poder político, cultura de massa, cientificização da burocracia, centralização agravada das decisões e da informação, tudo isso forma a base de um acirramento das desigualdades entre países e entre classes sociais, assim como da opressão e desintegração do indivíduo. Desse modo se compreende que haja correspondência entre sociedade global e crise global. É igualmente compreensível, mas lamentável, que esse movimento geral tenha atingido a própria atividade científica".

"Quando a ciência se deixa claramente cooptar por uma tecnologia cujos objetivos são mais econômicos que sociais, ela se torna tributária dos interesses da produção e dos produtores hegemônicos e renuncia a toda vocação de servir a sociedade. Trata-se de um saber instrumentalizado, onde a metodologia substitui o método".

Uma das características do 'espaço habitado é, pois, a sua heterogeneidade, seja em termos da distribuição numérica entre continentes e países (e também dentro destes), seja em termos de sua evolução. P.15

“(...) o meio urbano é cada vez mais um meio artificial, fabricado com restos da natureza primitiva crescentemente encobertos pelas obras dos homens

"Parece-nos que, hoje, a geografia tende a ser cada vez mais a ciência dos lugares criados ou reformados para atender a determinadas funções, ainda que a forma como os homens se inserem nessa configuração territorial seja ligada, inseparavelmente, à história do presente".

"O burgo, lugar onde o trabalho livre é possível, concentra os artesãos; o pedreiro, o alfaiate, mas também os comerciantes".

(...) "a cidade é um elemento impulsionador do desenvolvimento e aperfeiçoamento das técnicas".

"A geografia deve preocupar-se com as relações presididas pela história corrente".

"Cada pessoa, cada objeto, cada relação é um produto histórico".

"Todos os espaços são geográficos porque são determinados pelo movimento da sociedade, da produção".

Tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. P.22

"A modernização da agricultura, a dispersão industrial introduzem formas novas de organização espacial".

"Carl Sauer, pai da geografia cultural - muito próxima da antropogeografia de Ratzel e da geografia humana de Vidal de Ia Blache - propôs que considerássemos dois tipos de paisagem, a natural e a artificial".

"A produção do espaço é resultado da ação dos homens agindo sobre o próprio espaço, através dos objetos, naturais e artificiais. Cada tipo de paisagem é a reprodução de níveis diferentes de forças produtivas, materiais e imateriais, pois o conhecimento também faz parte do rol das forças produtivas".

"A cidade é essa heterogeneidade de formas, mas subordinada a um movimento global".

"A paisagem não é dada para todo o sempre, é objeto de mudança. É um resultado de adições e subtrações sucessivas. É uma espécie de marca da história do trabalho, das técnicas".

"A paisagem é um palimpsesto, um mosaico, mas que tem um funcionamento unitário. Pode conter formas viúvas e formas virgens".

(...) "o homem é sujeito, enquanto a terra é objeto".

"O progresso técnico não elimina a ação da natureza".

"Assim como a história jamais se escreve na véspera, a nova história das relações do homem com a natureza não pode ser cabalmente prevista".


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